Sinop: homem que arremessou pedra em monitor da UPA presta depoimento; “ato de revolta”, diz delegado

No último dia 7, um incidente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida André Maggi em Sinop destacou a crescente insatisfação com o sistema de saúde pública no Brasil. O suspeito que arremessou uma pedra contra o monitor da unidade foi ouvido pelo delegado Sérgio Ribeiro, que revelou as circunstâncias que levaram o homem a agir de forma agressiva após esperar pelo atendimento por aproximadamente cinco horas.
Durante a oitiva, o acusado expressou sua frustração com a “demora, falta de estrutura e negligência” que, segundo ele, foram determinantes para seu ato impulsivo. Ele reconheceu que sua reação não foi a mais adequada, mas justificou sua indignação como um clamor por atenção à saúde em Sinop. Essa declaração lança luz sobre uma questão que afeta muitos brasileiros: a luta por um atendimento digno e eficaz dentro do sistema público de saúde.
O delegado Ribeiro enfatizou que a revolta do acusado, embora compreensível em um contexto de carência de recursos e sobrecarga do sistema, não justifica a destruição do patrimônio público. “Briguem sim por saúde melhor, até porque a gente paga uma conta muito alta, pagamos impostos demais para os recursos serem mal utilizados”, afirmou. Essa observação aponta para um ponto crucial: o direito de protestar e exigir melhorias deve ser exercido de maneira civilizada e consciente, sem cair na violência ou vandalismo.
O descontentamento generalizado em relação ao sistema de saúde tem raízes profundas. O aumento populacional, a escassez de recursos financeiros e a má gestão são fatores que contribuem para a ineficiência do atendimento médico. Em muitos casos, cidadãos enfrentam longas esperas e dificuldades para receber o cuidado necessário, o que gera uma sensação de impotência e revolta.
O caso em questão serve como um lembrete de que, enquanto a população luta por mudanças significativas na saúde pública, é fundamental buscar formas construtivas de reivindicar melhorias. Engajar-se em diálogos, participar de movimentos sociais e pressionar por ações efetivas são algumas das maneiras que os cidadãos podem se fazer ouvir sem recorrer à violência.
Em resposta ao ato de vandalismo, o acusado responderá por dano ao patrimônio público, refletindo a necessidade de responsabilização por ações que, embora motivadas pela frustração, não são aceitáveis. É um crime mediano, conforme descrito pelo delegado, mas suas repercussões vão além do ato em si, tocando em questões mais amplas relacionadas à prestação de serviços essenciais.
Este incidente nos convida a refletir sobre a saúde pública no Brasil e a importância de se unir em busca de soluções que possam atender às necessidades da população de maneira digna. Somente através de um esforço coletivo e consciente será possível transformar a indignação em ações que promovam melhorias reais e duradouras.
TV SUPER SINOP CANAL 7.1 HD – REDAÇÃO