Saiba quem é o ‘pastor do CV’ e como funciona esquema de extorsão aos comerciantes

“Veio Ulisses” teve mandado de prisão expedido, mas está escondido no Rio de Janeiro
As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), apontaram que o pastor da igreja Assembleia de Deus, Ulisses Batista, conhecido como “Veio Ulisses”, ordenava diversas represálias contra comerciantes que não pagassem uma taxa para os integrantes da facção criminosa.
De acordo com o delegado Rodrigo Azem, os comerciantes eram ameaçados de forma constante, que em caso de não pagamento, os faccionados poderiam atear fogo no estabelecimento. Além disso, havia ameaças de agressão aos comerciantes ou familiares, bem como de furtos e roubos nos estabelecimentos.
A autoridade policial explicou que existia um grupo no WhatsApp, em que o pastor era o líder, onde ele coordenava todos os pagamentos feitos pelos empresários.
Uma das pessoas jurídicas que sofria com as ameaças é dono de uma rede de fármacia, enquanto outro, era dono de uma das maiores distribuidoras de bebidas do bairro Pedra 90.
O pastor foi alvo de um mandado de prisão. Porém, ao chegaram na casa do criminoso, foram informados pela esposa dele, que ele viajou para o Rio de Janeiro. O estado é conhecido como sendo o principal território da facção criminosa Comando Vermelho.
O líder religioso era pastor senior de uma igreja assembleia de Deus. Ele possuí várias passagens criminais por tráfico de drogas, ameaça e furto.
Operação Falso Profeta
A investigação, conduzida pela GCCO e pela Draco, teve início em novembro de 2024 e identificou integrantes de uma facção criminosa que coordenava o esquema de extorsão a comerciantes, denominado “Projeto Água 20 LT”.
Por meio do esquema criado pela facção, proprietários de estabelecimentos comerciais eram ameaçados para que adquirissem galões de água fornecidos apenas pelo grupo criminoso, além de pagar a taxa de R$ 1 por galão vendido.
Para montar o esquema de abordagem às vítimas, os integrantes da facção, de maneira articulada e com divisão de tarefas, criaram um grupo de WhatsApp, com o objetivo de estabelecer o controle explícito sobre os distribuidores, fazendo vítimas comerciantes de diversos bairros de Cuiabá e Várzea Grande.
De forma ardilosa, os criminosos iniciavam as conversas com tom aparentemente informal e ameno, evoluindo para o constrangimento caso alguma ordem não fosse acatada e passando a praticar o crime de extorsão majorada, sob a ameaça velada de “conversar pessoalmente” com quem tentasse sair do grupo de mensagens, demonstrando a evidente intenção de coagir e intimidar as vítimas.