Juarez confirma saida do MDB, Cúpula nacional tenta reverter saida

Juarez confirma saida do MDB, Cúpula nacional tenta reverter saida

Deputado federal em busca do terceiro mandato frisa que esvaziamento do mdb o impede de disputar na sigla

Deputado federal em segundo mandato, duas vezes prefeito de Sinop, maior cidade do Norte de Mato Grosso e duas vezes deputado estadual, Juarez Costa mesmo assediado pelo seu atual partido, o MDB, está de malas prontas para deixar a agremiação.

“Estou saindo com o coração partido. Mas é uma questão de futuro político”, disse ele citando o mais recente caso, da deputada federal mais votada por Mato Grosso em 2022, Rosa Neide (PT) que mesmo obtendo quase 125 mil votos, não conseguiu se eleger por injunções do modelo eleitoral brasileiro onde aqueles que disputam cargos proporcionais (vereador, deputado federal ou estadual) depende da votação dos demais pares e de legenda para conquistar vagas representativas nas Casas Legislativas.

Eleito para se primeiro mandato como deputado federal em 2018 com 49.912 votos e quatro anos depois em 2022 com 77.528, Juarez Costa se destaca como liderança política do Norte e do Vale do Araguaia, em que pese, ter recebido votos na quase totalidade dos 142 municípios do Estado.

“O MDB não tem uma chapa consistente que nos permite permanecer na sigla e disputar mais um mandato. Corremos o risco de obter mais votos do que muitos que serão eleitos em 2026 e ficar de fora por causa do quociente partidário”, lamentou o emedebista que frisa estar deixando a sigla até de certa forma contrariado, mas sem perder o foco que é a eleição de 2026.

Mesmo com o crescimento da Bancada Federal de Mato Grosso que ganhou mais um deputado federal subindo de 8 representantes para 11 parlamentares federais, Juarez Costa insistiu que eleição é matemática pura, “primeiro se precisa dos seus votos, depois dos votos dos seus companheiros de partido para então conquistar a vaga e ser eleito”

Com o aumento da representatividade federal de 8 para 9 deputados federais da Bancada de Mato Grosso, na Assembleia Legislativa, seguindo o que estabelece a Constituição Federal, o número de representante aumenta três vagas, saindo dos atuais 24 deputados para 27.

Juarez Costa lembrou que sua decisão não é apenas pessoal e passa também por um grupo de outros militantes partidários e até mesmo candidatos que assim como ele estão na condição de disputar as eleições sob risco de serem bem votados e não conquistarem suas vagas, simplesmente por não ter o partido o MDB reforçado seus quadros como sempre aconteceu.

Juarez Costa admite a possibilidade de migrar para dois partidos distintos. O Republicanos, que o aproximaria ainda mais do atual vice-governador Otaviano Pivetta que goza da simpatia do deputado federal, o que pode representar um apoio na sua pretensão em disputar o Governo de Mato Grosso em 2026, restando saber a condição em que ele estará, ou seja, se Pivetta disputa sentado na cadeira de Chefe do Poder Executivo o cenário é um até porque Mauro Mendes teria que se desincompatibilizar das funções.

Já se a disputa for fora do Governo do Estado o cenário seria outro e as ponderações políticas também.

O outro caminho que Juarez Costa poderia adotar seria o Podemos que está em vias de se fundir com o tucano PSDB e que está sob o comando do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, que está trabalhando o reforço no cenário estadual ao trocar o PSB pelo Podemos, mas sem deixar de mandar na primeira sigla.

A estratégia de Max Russi, bem como de Juarez Costa, é reforçar cenários partidários e possíveis candidaturas diante do gigantesco número de candidatos nas eleições de 2026, seja para o Poder Executivo, para as duas vagas de Senador da República, as 9 vagas de deputado federal e as 27 vagas para deputado estadual.

A decisão do deputado Juarez Costa, no entanto, não deverá acontecer de forma tranquila, até porque a cúpula nacional do MDB sob o comando do deputado Baleia Rossi (SP) se dedica para evitar a debandada geral da sigla, já que o também deputado federal, Emanuel Pinheiro Neto, sinalizou também deixar a agremiação, rumo ao PSD do senador e ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Os problemas do MDB de Mato Grosso não param por aí. O maior líder da sigla, Carlos Bezerra que está de saída da vida pública por causa dos problemas familiares, não consegue unidade para reforçar as fileiras do partido e ainda corre o risco de perder outros filiados de peso como a deputada estadual e candidata ao Senado da República, Janaina Riva.

Janaina tem pautado seu discurso no fato do MDB estar mais próximo de uma eventual candidatura à reeleição do presidente Lula (PT), enquanto a maioria do seu eleitorado que está espalhado em todos os municípios de Mato Grosso, tem predominância pela direita ou extrema direita, mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguir se colocar como apto a disputar as eleições presidenciais de 2026, o que interfere diretamente na disputa regional em Mato Grosso e em Estados predominantemente ligados ao agronegócio.

Certo mesmo é que o MDB, um dos maiores partidos do Brasil está derretendo em Mato Grosso e corre o risco de não conseguir eleger representantes para a Câmara Federal, lembrando que segundo a legislação o número de deputados federais eleitos é que define o volume de recursos que a agremiação terá do Fundo Partidário Eleitoral.

O MDB corre contra o tempo para se resgatar enquanto partido e não perder de vista sua representatividade eleitoral, pois a realidade política no Brasil é mensurada pelo volume de votos e de cargos conquistados, vide o PSD, que foi maior vencedor das eleições municipais de 2024.

 

NÚMEROS ELEITORAIS DE 2024

Nas eleições de 2024, dos 2.916 prefeitos que disputaram a reeleição, 2.400 foram reeleitos, mais de 80%, fato inusitado, segundo levantamentos feitos pelo Portal360 com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral.

O PSD, presidido por Kassab, elegeu 891 prefeitos, 640 vice-prefeitos, 6.559 vereadores e governará 15 cidades com mais de 200 mil eleitores. O MDB elegeu 864 prefeitos, 813 vice-prefeitos, 8.050 vereadores e prefeitos em 12 grandes cidades; o PP elegeu 752 prefeitos e 6.904 vereadores; União Brasil e Republicanos também tiveram uma quantidade significativa de votos e elegeram um número expressivo de prefeitos e de vereadores, com desempenho político importante dos seus representantes.

 

Todos esses partidos de centro e centro-direita, podem se dizer vitoriosos pela quantidade de eleitos e dos votos obtidos no processo eleitoral. O PL, partido presidido por Valdemar Costa Neto, que tem o ex-presidente Bolsonaro como filiado e principal figura pública, obteve mais de 15,7 milhões de votos no 1º turno em seus candidatos a prefeito, elegendo 517 destes, 16 em cidades com mais de 200 mil habitantes e 4.924 vereadores em todo país, votação impressionante e resultado igualmente impressionante.

Certo mesmo é que as eleições gerais de 2026 promete ser uma das mais disputadas e com cenários demasiadamente incertos por causa da turbulência que se instalou no Brasil após as eleições de 2022 quando o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o então presidente da República e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL) que hoje está inelegível por crimes eleitorais e por crimes contra a Pátria ao incitar um Golpe de Estado.

 

Falar que este cenário não interferirá em toda e qualquer disputa no Brasil seria menosprezar a disputa eleitoral e a atual conjuntura político partidária.

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