CASO EMELLY: MP revela que bebê de adolescente ‘nasceu morto’ e foi reanimado por assassina

O caso de Nataly Helen Martins Pereira, denunciada pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), é uma tragédia que ilustra a brutalidade da violência de gênero e a coisificação do corpo feminino. Segundo as acusações, Nataly, que possui formação parcial em Enfermagem, teria retirado à força o bebê do ventre da adolescente Emily Beatriz Azevedo Sena, de apenas 16 anos, resultando na morte da criança ao nascer.
O relato dos promotores de Justiça é estarrecedor. Nataly teria atraído Emily sob a falsa promessa de doar roupas para o bebê. No entanto, ao chegar ao local combinado, imobilizou a adolescente e a asfixiou, comprometendo gravemente a vida do feto. O procedimento, descrito como uma “cesárea improvisada”, foi realizado sem qualquer anestesia ou cuidado médico, causando intenso sofrimento físico à vítima. O fato de o bebê ter nascido sem sinais vitais, necessitando de reanimação, evidencia o risco claro e iminente à vida fetal gerado pelas ações de Nataly, que demonstrou pleno conhecimento dos riscos envolvidos.
A denúncia também aponta que, após cometer o feminicídio, Nataly escondeu o cadáver de Emily no quintal de sua casa e se apresentou em um hospital como uma parturiente. Ao ser submetida a exames, ficou evidente que não havia dado à luz recentemente. Além disso, as investigações revelaram que Nataly tentou encobrir suas ações, limpando o local do crime e utilizando o celular da adolescente para enviar mensagens falsas aos familiares, além de falsificar um exame de gravidez para criar a ilusão de que estava esperando um filho.
As motivações por trás do ato violento de Nataly são alarmantes. Ela já era mãe de três filhos homens e desejava ter uma menina, o que a levou a monitorar grávidas de meninas, incluindo Emily, cuja gestação fazia parte do seu plano obsessivo. Isso traz à tona a questão de como os corpos das mulheres são muitas vezes vistos como meros instrumentos de reprodução, desconsiderando sua individualidade e autonomia.
O promotor Rinaldo Segundo classificou o crime de Nataly como feminicídio, ressaltando que suas ações demonstram um desprezo absoluto pela condição da mulher. Ao tratar Emily como um “recipiente” para o bebê desejado, Nataly não apenas cometeu um ato horrendo de violência, mas também perpetuou a ideia de que as mulheres são meros objetos a serem utilizados conforme a vontade de outros.
Este caso reflete uma realidade alarmante sobre a violência de gênero que persiste em nossas sociedades, onde a dignidade e os direitos das mulheres frequentemente são desrespeitados. O trabalho da Polícia Judiciária Civil, elogiado pelo promotor, mostra a importância da luta contra essa violência e a necessidade de responsabilizar aqueles que cometem tais atrocidades.
A denúncia contra Nataly Helen Martins Pereira não representa apenas um caso isolado de crime; é um chamado à sociedade para refletir sobre a condição das mulheres e a urgência de promover seus direitos e sua proteção. A coisificação do corpo feminino e o feminicídio não podem ser tratados como meras estatísticas, mas sim como uma questão fundamental que exige ação, conscientização e mudança cultural.
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