CENIPA aponta que rajadas de ventos contribuíram para avião cair em Mato Grosso

CENIPA aponta que rajadas de ventos contribuíram para avião cair em Mato Grosso

O relatório divulgado recentemente pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) apontou que rajadas de ventos podem ter contribuído para a queda de um Embraer-202A em uma fazenda em Vila Bela da Santíssima Trindade (521 km de Cuiabá), no dia 4 de fevereiro de 2023. O piloto saiu ileso.

 

Segundo o relatório,  a aeronave decolou de um aeródromo privado de Vila Bela, por volta das 20 horas, para voo local para aplicar defensivos agrícolas, com um piloto a bordo. Durante a passagem de aplicação, o avião colidiu com a barra de aplicação de defensivos e a asa esquerda contra o solo, o que resultou na perda do controle. Na sequência, a aeronave se arrastou pela plantação até a parada total.

 

Os investigadores do CENIPA não constataram irregularidades na documentação da aeronave e do piloto. Também informaram que “não foram observados aspectos relativos à manutenção do avião que pudessem ter contribuído para a ocorrência”. O acidente ocorreu na segunda saída prevista para aquela tarde e a aeronave fazia a segunda passagem da aplicação.

 

Conforme o relato do piloto, a aeronave operava em condições normais, sem qualquer tipo de pane ou anormalidade, e, durante a segunda passagem para pulverização de defensivos agrícolas, o avião foi submetido a uma rajada de vento descendente, o que provocou o toque da barra de aplicação no cultivo de soja. Segundo o piloto, o avião estaria voando a cerca de 4 metros acima da plantação.

 

Os investigadores apontaram que, considerando o relato do piloto de que a aeronave operava em condições normais, sem qualquer tipo de pane ou anormalidade, e que, durante a segunda passagem para pulverização de defensivos agrícolas, o avião teria sido submetido a uma rajada de vento descendente, a investigação concentrou sua atenção nas condições meteorológicas presentes e previstas para a região onde a operação estava sendo conduzida.

 

As estações meteorológicas automáticas de Vila Bela da Santíssima Trindade (A922) e Comodoro (A913) do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), distantes 39 e 48 NM, respectivamente, do local da ocorrência, registraram os valores de ventos. Os valores da tabela acima convertidos equivaleriam a ventos de rajada com intensidade entre 7 e 10 kt de intensidade, informaram os profissionais.

 

Utilizando previsões e produtos meteorológicos provenientes de fontes oficiais, tais como a Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), os investigadores observaram que sobre a área era esperada a presença de nuvens e havia previsão de pancadas de chuva e trovoadas ocasionais.

 

“A presença de nuvens do tipo Cumulonimbus (CB) na região estava associada à instabilidade atmosférica, o que poderia resultar em fortes correntes ascendentes e descendentes e ocasionar rajadas de vento de superfície. Assim, considerando esse cenário, bem como o relato do piloto, é possível que a aeronave tenha sido submetida a uma rajada de vento descendente e que, em função da altura do voo, o piloto não tenha tido tempo de reagir para evitar o contato entre a barra de pulverização e a plantação”, definiu o relatório.

 

A investigação também concluiu que, devido aos riscos envolvidos em realizar uma operação próximo ao solo, como é característico nos voos aeroagrícolas, com a presença de nuvens convectivas que poderiam produzir rajadas de vento descendente nas vizinhanças da área de aplicação não tenham “sido adequadamente avaliados, o que caracterizaria os trabalhos de preparação realizados para o voo como outro fator contribuinte para o acidente”.

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