Comarca de Rondonópolis celebra 66 anos com histórias de dedicação ao Judiciário

A Comarca de Rondonópolis completa nesta sexta-feira (13 de junho) 66 anos de instalação pelo Poder Judiciário de Mato Grosso. Mais que uma simples comemoração, a data é um marco que celebra a força de uma instituição que participa ativamente da evolução social e da consolidação da Justiça na região sul do Estado.
Entre os muitos nomes que construíram a importante trajetória da Justiça na região, está o do magistrado Luiz Antônio Sari. O juiz titular da 1ª Vara Cível foi designado para a Comarca em 1993 e dedicou a própria vida por mais de três décadas à unidade judiciária, onde foi o primeiro juiz de execução penal, pioneiro do Tribunal do Júri, diretor do Foro por diversas vezes, além de um dos responsáveis pela instalação da Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa (Mata Grande) no município.
“Eu amo o meu trabalho. Quando me perguntam o porquê de eu não me aposentar, digo que a minha preocupação é com os que estão na ponta da linha, aqueles que buscam o judiciário, na maioria das vezes, como uma última esperança”, diz Sari, com a mesma paixão que o move desde o primeiro despacho.
O magistrado relembra também um momento histórico iniciado em 1998, o grande esforço para elevar a Comarca para entrância especial, o qual o juiz foi um dos precursores, junto com outros magistrados e com a desembargadora (aposentada) Maria Aparecida Ribeiro, juíza à época. “Por questões físicas, o fórum não comportava novas varas. Então, nós, os juízes da época, envidamos esforços junto à sociedade para construção do novo prédio e para elevação para entrância especial, que se concretizou em 2004, com o Fórum Desembargador William Drosghic.”
A atual diretora do Foro, juíza Aline Quinto Bissoni, também tem uma relação afetiva com Rondonópolis. Desde 2007, quando passou a acumular funções na Comarca, construiu vínculos profundos com a comunidade e com o Fórum. “A diretoria tem sido um grande presente. Eu recebi a nomeação como grande desafio, mas é um ambiente que pulsa compromisso e pertencimento. Todos se dispõem a fazer mais, a buscar soluções e valorizar o trabalho coletivo”, destaca a magistrada, hoje titular da 5ª Vara Criminal.
“Para mim, é um grande privilégio. Rondonópolis hoje conta com diversas unidades diamantes no sistema OMNI, os magistrados e servidores também são muito comprometidos. O Fórum é um lugar onde eu tenho grande prazer de trabalhar”, afirma a magistrada.
Mas quem viu de perto a Comarca crescer, literalmente, foi a servidora aposentada Isabel Messias Duarte. Ela ingressou no Judiciário em 1972, quando a Comarca ainda não havia sede própria. “As audiências aconteciam nos cartórios, e só mais tarde vieram os prédios alugados e, depois, a construção do fórum atual. Foram anos muito bons. Do início ao fim eu amei meu trabalho”, lembra Isabel, com emoção, mesmo após 23 anos da aposentadoria.
E justamente o sentimento de amor pelo trabalho na Comarca foi o que influenciou o juiz Luiz Antônio Sari a permanecer na Comarca até hoje, mesmo quando recebeu a possibilidade de promoção.
“Eu tive a oportunidade em 1994 de ser promovido à Capital, mas decidi ficar. Fiquei porque comecei a amar a Comarca. Eu ainda não sabia, mas eu tinha um objetivo com este lugar. Enquanto eu puder trabalhar, assim farei até a aposentadoria compulsória”, finaliza o magistrado.
Instalação da Comarca – Criada pela Lei nº 1.095/58 e publicada no Diário Oficial em 5 de novembro de 1958, a unidade judiciária foi instalada em 1959 e se estabeleceu como polo e referência no sistema judicial mato-grossense.
De entrância final, a Comarca abrange os municípios de Rondonópolis e São José do Povo, além dos distritos de Anhumas, Boa Vista, Nova Galileia, Vila Operária e Nova Catanduva.