Indiciado por associação ao PCC se apresenta como dirigente do PRTB
O Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) designou como presidente do diretório paulista um indivíduo indiciado pela polícia por associação com o tráfico de drogas e organização criminosa, em uma investigação envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 18 de março deste ano, a legenda nomeou Tarcísio Escobar de Almeida para representá-la no âmbito estadual. Três dias depois, ele foi oficialmente desligado do cargo.
Mesmo assim, Escobar continua a participar de eventos políticos, ainda se apresentando como presidente da sigla. Recentemente, o PRTB anunciou o empresário e coach Pablo Marçal como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
De acordo com apurações do Estadão, Escobar participa de atividades nas sedes do partido e atua politicamente em nome do PRTB, firmando alianças em todo o estado. Isso foi constatado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Polícia Civil de São Paulo e Ministério Público Estadual (MPE).
O indiciamento de Tarcísio Escobar pela polícia paulista ocorreu em julho de 2023, após a apreensão de documentos que indicavam sua suposta relação com a facção criminosa, em uma investigação que segue em andamento.
Apesar de não estar mais filiado ao partido e ter seu título eleitoral suspenso, Escobar continua a se apresentar como líder do PRTB em São Paulo, negociando adesões da legenda a pré-candidatos em cidades do estado. Ele também foi condenado em primeira instância por estelionato em Poá e responde por esse mesmo crime em Barueri.
A liderança estadual do PRTB em São Paulo atualmente é de Joaquim Pereira de Paulo Neto, registrado no TSE. O presidente nacional da legenda, Leonardo Avalanche, não explicou os motivos da nomeação e rápida destituição de Tarcísio Escobar.
Tanto Escobar quanto sua defesa não responderam à reportagem. Pablo Marçal, pré-candidato do PRTB, também não se manifestou sobre o indiciamento de Escobar.
