Ministro Favaro admite volta de Neri, e cancelamento do leilão foi prevenção
O Ministro Carlos Fávaro, do PSD, anunciou nesta manhã (19/06) o cancelamento do leilão como medida preventiva e admite a possível volta de Neri. Ele alertou para o aumento do preço.
Durante uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o edital para a compra pública de arroz importado será reformulado para incluir a participação prévia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no processo de qualificação das empresas participantes do pregão. Atualmente, essa responsabilidade é das bolsas de mercadorias, e a estatal só tem conhecimento dos vencedores ao final do processo.
“Faremos a qualificação com participação prévia da Conab para garantir que saibamos antecipadamente quem está participando e se tem capacidade de entrega,” disse Fávaro.
O edital está sendo “modernizado”, afirmou Fávaro, que defendeu a continuidade da realização do leilão. Ele ressaltou que a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de países fora do Mercosul ainda não teve o efeito esperado. Os recursos disponibilizados para o leilão não serão desperdiçados, pois o arroz adquirido será armazenado em diferentes regiões do país e vendido para os comerciantes.
“Os recursos da medida provisória não serão desperdiçados. Com a compra do arroz, teremos estoque para vender e recuperar o investimento. É para isso que a Conab está aqui,” explicou Fávaro. “Não há risco para o erário público. Se o arroz não estiver de acordo com os padrões de qualidade, não será pago,” completou.
Questionado pelos parlamentares, Fávaro afirmou que as decisões de realizar e cancelar o leilão foram tomadas pelo governo, após consulta aos produtores brasileiros. Ontem, o ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, mencionou que a Casa Civil era responsável pela decisão de importar arroz.
Fávaro assegurou que a medida não prejudicará os produtores nacionais, pois não gerará concorrência direta para eles.
