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O ministro da Economia, Fernando Haddad, concedeu entrevista à imprensa nesta terça-feira (4/6), após se reunir com o ministro das Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo.
De acordo com Haddad, a proposta de tributar os super-ricos não é uma iniciativa isolada e não pode ser resolvida por uma solução simplista, pois requer enfrentamentos em diversas áreas.
Embora seja uma pauta discutida no âmbito do G20, a tributação dos bilionários já vem sendo reivindicada há algum tempo, inclusive pelos próprios indivíduos com altas fortunas.
Na visão do ministro, independentemente do resultado das discussões no G20 neste ano, a agenda de tributação permanecerá em debate na arena política internacional. “Acredito que essa é uma ideia que veio para ficar, juntamente com a reforma dos organismos multilaterais e a questão do enfrentamento da dívida dos países pobres. É um conjunto de iniciativas que, em minha opinião, acabarão sendo debatidas no G20 e em outros fóruns importantes.”
Esse será um dos temas tratados por Haddad em sua audiência com o Papa Francisco, no Vaticano, na próxima quinta-feira (6/6). O pontífice é visto como um “defensor vocal da justiça social e da responsabilidade econômica” pela Fazenda, o que torna seu apoio fundamental para a disseminação mundial da proposta.
A proposta envolve a criação de um sistema tributário internacional, com alíquota de 20% para os impostos corporativos internacionais e a constituição de um fundo complementado pela tributação da riqueza dos super-ricos.
Essa ideia foi desenvolvida pelos economistas Gabriel Zucman e Esther Duflo, vencedora do Prêmio Nobel de Economia. O fundo teria US$ 500 bilhões, destinados a projetos socioambientais, com o objetivo de combater a pobreza e as mudanças climáticas.
Em abril, nos Estados Unidos, Haddad recebeu o apoio do senador Bernie Sanders, figura proeminente da esquerda naquele país. No entanto, o governo americano ainda não se pronunciou publicamente sobre a proposta, havendo resistência entre algumas lideranças em relação à tributação.
Para ser efetiva, a medida requer ampla adesão, especialmente dos países mais ricos, a fim de evitar a evasão fiscal e aplicar multas e sanções.
Nesta terça-feira, Haddad enfatizou que a proposta afetaria 3 mil pessoas, detentoras de US$ 15 trilhões em patrimônio, em um universo de 8 bilhões de pessoas. “Estamos falando de algo que vai afetar milhares para favorecer bilhões. Me parece uma proposta decente, nesse ponto de vista social, econômico e político”, concluiu.
Em janeiro deste ano, um grupo de mais de 250 bilionários e milionários divulgou uma carta solicitando que a elite política global, reunida no Fórum Econômico Mundial de Davos, aumente os impostos sobre suas fortunas, a fim de combater as desigualdades e possibilitar melhorias nos serviços públicos em todo o mundo.
Uma pesquisa recente revela que 74% dos super-ricos apoiam pagar mais impostos sobre suas fortunas para ajudar a combater a crise no custo de vida e melhorar os serviços públicos.